Um show de cultura e orgulho dos artesãos de Petrolina
- Maria do Céu
- 1 de ago. de 2018
- 2 min de leitura

Durante nosso circuito pelo interior pernambucano, claro que não poderíamos deixar de parar em Petrolina, essa joia do Sertão, onde fomos tão bem recebidos e de onde saímos encantados. Sexto município mais rico de Pernambuco, Petrolina foi apontada como uma das 20 cidades brasileiras do futuro pela Revista Veja. Com o melhor índice de saneamento básico do Nordeste, Petrolina conta com 95% de coleta de esgoto e 100% de tratamento do que é coletado. Olha quantos exemplos bacanas que podemos aprender e usar como modelo em outras cidades do estado!
Boa parte dessa riqueza se deve à cultura de seu povo e ao cultivo de frutas às margens do Rio São Francisco. São muitas as ilhas do Velho Chico no município, como a Ilha do Fogo e a Massangana. Conseguimos visitar rapidamente a Rodeadouro, uma ótima opção para relaxar tomando banhos de rio e com barraquinhas que vendem iguarias locais. Mas nosso objetivo principal era entrar em contato com os produtores culturais da região, por isso fomos ao Centro Cultural Ana das Carrancas e à Oficina do Artesão Mestre Quincas.

O primeiro é um memorial dedicado a Ana Leopoldina, artesã que usava barro encontrado às margens do rio em suas produções e conhecida pelas carrancas que misturam traços de animais e homens. O local dissemina a história da artista e promove a preservação e o intercâmbio de arte e cultura. Passamos um bom tempo conversando com a filha da artista, Maria da Cruz, que nos contou várias histórias da artista que tanto enche de orgulho os petrolinenses.
Depois, foi a vez de conhecer a Oficina do Artesão Mestre Quincas. Além de servirem como lembranças, os artesanatos compartilham a história e a cultura das cidades onde são produzidos. Joaquim Correia da Lima, o Mestre Quincas, é considerado o primeiro artesão de Petrolina. A oficina que leva seu nome é local de trabalho e exposição de vários artesãos locais. Carina Lacerda é a única artesã mulher do local e representa a força e resistência da mulher sertaneja. Encantada pela economia criativa do artesanato em barro e madeira, ela começou como pintora até se apaixonar pela escultura. Através de amigos, conheceu a oficina. Enfrentou olhares tortos do público masculino que já trabalhava no espaço. Com muita ousadia e dedicação, conquistou seu espaço e respeito de todos.

E como comer faz bem, fomos conhecer as delícias do Bodódromo, um dos locais mais visitados da cidade, um complexo de restaurantes que servem churrasco com acompanhamentos típicos da região. Ao contrário do que muita gente pensa, boa parte da carne servida ali é de carneiro e não de bode. Também tivemos o prazer de conhecer o Café de Bule, um espaço muito bacana comandado por Geórgia Romero e Solange Soares primeiro casal homoafetivo a se casar no fórum de Petrolina. Umas fofas! Além delas, Chico Egídio, produtor cultural, cineasta e militante LGBTI+ há mais de 30 anos, cheio de história e ideias incríveis para compartilhar conosco.
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